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Fábulas

Conversa Com Um Inseto

― Quer levar uma ferroada, ouço um inseto perguntar.
 
― Não, agradeço sua oferta. Por que a agressividade?
 
― Quando venho aqui sou perseguido das mais diversas formas e sou expulso da sua casa. Quando trato você do mesmo modo que sou tratado, escuto você indagar: Por que a agressividade? Apenas trato você do mesmo modo que sou tratado.
 
― Mas aqui não é lugar de inseto, vá para a floresta.
 
―Aqui era a floresta que a minha família sempre viveu, mas vocês derrubaram a floresta para construir suas casas de pedra. E o que é pior, hoje derrubam as casas e constroem edifícios no lugar das casas.
 
― Por que isto é pior?
 
― Olhe pela janela, observe as casas e veja que elas têm jardim e pomar. Ao redor dos edifícios nada é plantado, suas áreas externas são cimentadas, o que impede a terra de respirar. E a cada dia o ser humano derruba casas e constrói edifícios no lugar das casas, acabam com os jardins e pomares, isto é, destroem as casas dos insetos e de outos animais.
 
― Este é o preço do progresso.
 
― Você está enganado, isto se chama falta de consciência ecológica, cujo preço será cobrado mais tarde pela Mãe Natureza. Só lamento uma coisa: muitos seres dos três reinos da natureza pagarão muito caro pelos erros cometidos apenas pelos seres humanos. Eu sou um inseto, não entendo porque a Vida permite aos seres humanos fazerem tantas loucuras.
 
Marcos Antônio da Cunha Fernandes
www.marcosfernandes.org
João Pessoa, 28 de Abril de 2013.
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