Eu estou cansado
desta indesejada dor física,
presença constante,
espinho encravado na carne.
Ela não se afasta um minuto,
nunca me deixa sozinho,
é companheira de todas as horas.
Vive comigo todos os dias,
alguns de maneira intensa
outros de modo mais suave,
mas sempre ao meu lado.
Tantas uniões se dissolvem
por coisas tão pequeninas,
mas ela não me abandona,
apesar de ser sempre rejeitada.
Eu suplico a Deus:
ensina-me o que devo fazer
para não mais viver com ela,
para receber minha carta de alforria.
Quero ter uma vida normal,
sem os incômodos constantes
de tal presença indesejada.
Mas Ele nada me diz,
o seu silêncio é eloqüente.
Marcos Antônio da Cunha Fernandes
www.marcosfernandes.org
João Pessoa, 30 de abril de 2006.
João Pessoa, 30 de abril de 2006.