Nada posso fazer,
só me resta esperar
a mutação que em mim acontece.
A taça está vazia,
nem uma gota de amor
humano ou divino,
nada para matar a sede
após longa caminhada pela senda.
Além da solidão,
somente me acompanha
a fonte inspiradora da poesia,
ela é amiga fiel,
não me deixa sozinho.
Nestes dias de secura
não vejo a tristeza,
a alegria não me visita,
apenas o vazio a preencher
todo o meu ser.
Um vazio que enche a alma
deixando-a vazia de sentimentos,
nem alegria,
nem tristeza,
apenas o vazio.
Marcos Antônio da Cunha Fernandes
www.marcosfernandes.org
João Pessoa, 29 de março de 2006.
João Pessoa, 29 de março de 2006.