No apartamento vazio
escuto o barulho
da tua ausência.
Quando abrirás uma porta,
uma janela,
uma fresta
para o viajor sedento.
Quando abrigarás os meus anseios,
escutarás a voz do meu silêncio,
enxergarás o invisível,
preencherás o vazio do meu coração,
darás alento ao meu espírito.
Sinto em ti
um não querer querendo,
um desejar rejeitando,
uma esperança desesperançada,
um confiar desconfiando.
E assim vamos caminhando
aos trancos e barrancos
por estradas diferentes.
Paralelas da vida
sem pontes de ligação,
desejando o milagre da união.
Marcos Antônio da Cunha Fernandes
www.marcosfernandes.org
João Pessoa, dezembro de 2004.
João Pessoa, dezembro de 2004.