Quão tênue é o fio que separa
a loucura da sanidade.
Caminho de pés descalços
sobre o fio desta navalha
que dilacera meus pés
impedindo caminhada segura e tranqüila.
Vagueio pelas areias do deserto
não encontro água
que mate a sede desta caminhada
nem encontro sombra
que abrigue do calor da jornada.
Extenuado pelas lutas da estrada
busco um abrigo que me dê
sombra que proteja do sol abrasador
água que mate a sede do viajor.
Eis que lá longe diviso
a montanha verde da esperança
e o lago azul da paz.
Sinto novas forças para a caminhada
pois lá encontrarei em abundância
a água que mata a sede
e o alimento que mata a fome.
Marcos Antônio da Cunha Fernandes
www.marcosfernandes.org
João Pessoa, julho de 2005.
João Pessoa, julho de 2005.