O verso perdeu o viço,
para escrever não me ouriço.
Escrever verso sem viço
é estropício.
Para não estropiar o verso,
prefiro me calar,
pois mais vale um poeta calado
do que um verso estropiado.
Por esta razão me retiro,
não mais escreverei,
até que uma Musa
me tire deste recolhimento,
e faça novamente
jorrar verso com viço.
Marcos Antônio da Cunha Fernandes
João Pessoa, fevereiro de 2019.